DA ESCOLA PARA AS RUAS: POESIA E INTERVENÇÃO URBANA
PIBID INTERDISCIPLINAR
RELATO DE EXPERIÊNCIA, POR GLÁDINA
O projeto do PIBID Interdisciplinar intitulado: “Da escola para as ruas: poesia e intervenção urbana” foi realizado ao longo do ano letivo de 2014, na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Pascoal Meller.
A escola localiza-se no Município de Criciúma/SC, próximo à Universidade. Este projeto foi aplicado em três turmas: 802, 901 e 902. Durante o ano, os pibidianos frequentavam a escola semanalmente para cumprir o real propósito do PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – ou seja, os graduandos dos cursos de licenciatura têm a oportunidade de pensar e adquirir experiências sobre a formação docente antes mesmo de concluírem a graduação. O nosso projeto em específico, Interdisciplinar, acopla quatro cursos: Letras, História, Pedagogia e Artes visuais.
Ao longo do ano, nós Pibidianos, tivemos bons resultados com o nosso projeto e adquirimos experiências que, certamente, iremos levar depois que estivermos à frente de uma turma. O projeto foi um sucesso principalmente porque nós tínhamos um professor da Universidade nos orientando e uma professora supervisora, na escola, que nos ajudou e muito para com a nossa formação. No início do ano, quando chegamos à escola, a professora de artes visuais estava trabalhando fortemente com os alunos a temática ‘ grafite’, que é uma manifestação artística. Então, resolvemos à partir dessa ideia elaborar o nosso projeto, pois se o nome do subprojeto PIBID é interdisciplinar, o nosso desafio seria então agregar aos estudos de língua portuguesa outra disciplina, de modo a promover a interdisciplinaridade.
Depois de alguns encontros com o grupo e com as professoras, decidimos que essa outra disciplina seria artes visuais. Optamos por trabalhar com os alunos o gênero textual poesia, conteúdo de língua portuguesa, pois está cada vez mais desaparecendo da sala de aula, e que trabalharíamos simultaneamente a esse conteúdo o conceito de intervenção urbana, que é também outra forma de manifestação artística.
Nosso projeto esteve embasado em dois teóricos; Ivani Fazenda (1993) e Rildo Cosson (2007). A primeira autora nos auxiliou a entender o processo de trabalhar a interdisciplinaridade em sala de aula, isto é, apenas um professor trabalhar com conteúdos de disciplinas diferentes. E o segundo, quais as etapas a seguir, para que essa aprendizagem fosse bem sucedida.
Então, depois estudarmos os conceitos e os teóricos, montamos um cronograma dos dias para que o nosso projeto fosse posto em prática. Foram sete semanas seguidas para a execução do plano. Lembrando que enquanto estávamos estudando as teorias, íamos semanalmente à escola para conhecer as turmas e a maneira como a professora supervisora dava as aulas.
A primeira ação do planejamento foi motivar os alunos para a aprendizagem. Desta forma, os pibidianos confeccionaram um tapete literário para elaborar uma dinâmica no primeiro contato com os alunos. Este é o primeiro passo de quatro, de acordo com Rildo Cosson. Depois da dinâmica os alunos responderam a pergunta: o que é poesia para você?
A segunda ação foi trazer o conteúdo. Mostramos o que era poema e o que era poesia. Nós trouxemos exemplos dos dois gêneros textuais para que ficasse bem claro aos alunos que poema é apenas uma forma, que está ‘enquadrado em um formato’ e que poesia poderia ser tudo aquilo que expressasse sentimento, ou seja, uma imagem; uma música e etc. Ao fim dessa aula os alunos responderam novamente a pergunta: o que é poesia para você? Nós podemos comparar as respostas deles antes e depois da nossa intervenção de iniciação à docência.
Na terceira ação, nós levamos as turmas para a sala de informática para eles escolhessem os poemas que mais lhes chamou atenção ou aqueles de sua preferência. Nesse dia, eles passaram pela segunda e terceira etapa, introdução e leitura, de acordo com Rildo Cosson. À medida que eles iam escolhendo, nós íamos contextualizando os autores. Eles copiaram em seus cadernos para dar seguimento nas etapas finais do projeto.
Na quarta ação do projeto “Da escola para as ruas: poesia e intervenção urbana”, nós mostramos aos alunos como fazer uma reescrita do poema que cada um escolheu. A atividade de reescrita é na verdade poder ver o poema original à partir do seu. Para isso, nós falamos que eles teriam que ler e analisar o poema escolhido de forma minuciosa. Seria o momento de interpretação interior, de acordo com Rildo Cosson. Depois, nós fizemos essa atividade em sala de aula, uma reescrita coletiva do poema de Carlos Drummond de Andrade “Cidadezinha qualquer”.
Na quinta ação, nós falamos para a turma quais seriam as etapas finais do projeto, o que iria proceder nas próximas aulas. Tentamos mostrar a eles, como nosso projeto estava ligado às artes visuais (conceito de interdisciplinaridade, de acordo com Ivani Fazenda) . Já que a etapa final seria a colagem do poema reescrito nas ruas, para desenvolver a prática de intervenção urbana, literalmente, nessa aula nós trouxemos o conceito e exemplos dessa manifestação artística, de modo que a turma pudesse associar aos estudos de artes.
Na penúltima ação, a professora trouxe os poemas dos alunos impresso pela serigrafia para que nessa aula eles pudessem decorar o cartaz para chamar a atenção do leitor. Nós pedimos aos alunos que ao fazer a intervenção urbana, para fotografar uma self do poema. Eles enviaram durante a semana para uma pibidiana pelo ‘wattsap’( aplicativo para interação social).
Na sexta ação, nós encerramos o nosso projeto com uma sequência em Power point das imagens feitas pelos alunos. Foi o momento exterior, de acordo com Rildo Cosson, o de compartilhar a experiência literária. Foi feita avaliação dos alunos por parte dos pibidianos, e para a mesma foi estabelecido alguns critérios delegados pela professora coordenadora, totalizando 10 pontos.
Enfim, o projeto foi importante para que conseguíssemos adquirir experiência, contato com sala de aula antes mesmo de concluir a graduação. Foi muito prazeroso.